domingo, 23 de dezembro de 2007

ESTE DE LISBOA, CRISTO-REI E AQUEDUTO DAS AGUAS LIVRES

De novo, a visita começa na estação ferroviária de Santo Apolónia, de manhãzinha. Suba pela estreita calçada do forte, e continue para a direita pela rua do paraíso. A meio do caminho avista-se o destino desta subida por ruelas estreitas: a igreja de Santa Engrácia, mais conhecida por Panteão Nacional.



Entre as personagens ilustres que aí estão sepultadas, encontramos sobretudo presidentes da República e escritores. As excepções são designadamente a fadista Amália Rodrigues, cujos restos mortais foram transladados depois de se alterarem as disposições legais que apenas permitiam a trasladação para o panteão nacional quatro anos após a morte, Humberto Delgado, e o escritor Aquilino Ribeiro.


Além destas sepulturas, estão também no Panteão os cenotáfios de heróis da História de Portugal, tais como Nuno Alvares Pereira, Infante D.Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerde e Luis de Camões.




Seguimos depois para o Campo de Santa Clara, onde ha um belo miradouro sobre o tejo, e continuando até á belissima igreja de São Vicente de Fora.

Esta igreja tem uma fachada do tipo italiano, sóbria e simétrica, com torres de cada lado e as estátuas dos santos Agostinho, Sebastião e Vicente sobre a entrada.

No interior, os olhos são atraídos para o baldaquino barroco de Machado de Castro, por cima do altar, flanqueado por estátuas de madeira em tamanho natural.


Possui ainda um notável órgão ibérico construído em 1765 pelo organeiro João Fontanes de Maqueixa e restaurado em 1994 por Claude e Christine Rainolter de França. Trata-se de um dos melhores e maiores exemplares da organaria portuguesa do séc. XVIII.



De seguida descemos a rua de sao vicente, seguindo o trilho do eléctrico, penetrando no interior do bairro mais típico e mais famoso de Lisboa, o bairro de Alfama, com as suas ruelas apertadas onde as pessoas falam na varanda com as suas vizinhas da frente de tão curto que é o espaço da rua.
Seguimo-nos sempre pelo trilho do eléctrico, não há como enganar, passando pela Rua das Escolas Gerais, depois pelas portas do sol e miradouro de santa luzia, e descendo depois pela sé até ao coração da baixa, a rua augusta.

Desde a baixa, seguimos até a praça do comercio, para irmos junto ao rio, pela avenida Ribeira das Naus, até ao Cais do Sodré. Não é um sitio muito pitoresco, principalmente pelas constantes obras na estação de comboio/metro, mas é o nosso local de embarque para atravessarmos o rio.
Nos tradicionais cacilheiros que ligavam as duas margens da area metropolitana de Lisboa antes da ponte 25 Abril aparecer, atravessamos a margem até Cacilhas (o percurso Cais do Sodre-Cacilhas é cerca de 15 minutos e custa pouco mais de 60 centimos), aproveitando o passeio de barco pelo Tejo, de onde se tem uma vista agradavel da ponte 25 de abril, e da propria Lisboa, vista desde o rio.

Ao chegar a outra margem, uma cidade suburbana com muito pouco interesse aguarda-nos, Cacilhas. Vamos direitos a zona dos autocarros, mesmo ao pé do cais, apanhar a carreira 101 para a zona de interesse desta zona, o Cristo-Rei. É a ultima paragem,por isso podemos ir descançados, até porque a viagem é curta.

Ao chegar, fica-se totalmente deslumbrado com o Cristo-Rei, construido como uma forma de comemorar o facto de Deus ter poupado aos portugueses a entrada na 2a Guerra Mundial.

É um pouco caro (4 euros) mas a súbida ao topo dá acesso a uma das mais espectaculares vistas de Lisboa (senão a mais espectacular),a 85 metros de altura (e 113 acima do Tejo),por isso vale a pena.

O pedestal sustem a estátua do Cristo Rei com 28 metros de altura (uma replica um pouco reduzida do Cristo Redentor do Rio de Janeiro), e do topo abre-se um panorama não só sobre toda Lisboa, como também sobre o estuário do Tejo e a planície do Sul até Setúbal.



No final, voltar pelo mesmo autocarro até ao cais de Cacilhas e embarcar de novo num cacilheiro até ao Cais do Sodré. Aqui sugiro que parem para almoçar, num dos restaurantes tipicos que se encontram ao pé da praça de são luis (perto do cais do sodré, a esquerda do mercado das colecções) ou um pouco a norte na rua de são paulo. Um bastante agradável é a Adega dos Macacos. Não se iludam pelo nome, é barato e de uma optima qualidade.

Para terminar a visita,vamos a um sítio no coração de Lisboa. Para la chegar, apanhamos na Rua de São Paulo o eléctrico 25. Durante a viagem, disfrute do passeio por dois dos bairros mais tipicos e conhecidos de lisboa: primeiro, a madragoa, com subidas muito inclinadas, e depois o bairro elegante da Lapa.


Notará que está a chegar á Estrela quando avistar uma majestosa basilica, a basílica da estrela. Saía nesta paragem para visitar a Basílica, um santuário branco de estilo barroco do final do seculo XVIII. A cruz do transepto é encimada por uma bela cúpula sobreposta por um lanternim. No interior, pode-se ver um imponente presépio, com figuras em tamanho real, esculpido por Machado de Castro.
Ao sair da basílica, nao deixe de dar um passeio, mesmo em frente, ao jardim da Estrela, um dos mais belos de Lisboa.



Mas ainda não acabamos a visita. De novo, apanhamos o electrico (o 25 ou o 28) até Campo de Ourique/Prazeres.
Não se assuste se á chegada vir que está junto a um cemitério, não é esse o objectivo da nossa visita. Vamos antes apanhar um autocarro, o 701, e sair na paragem de Campolide. Se não souber, peça ao motorista que lhe avise quando chegar a altura.

Ao chegar, siga as setas que indicam o aqueduto das aguas livres. Caso não as encontre, pergunte em qualquer café que lhe indicarão por onde ir, pois é perto.


Quando finalmente chegar ao aqueduto, aprecie esta grandiosa obra, construida entre 1732 e 1748, e que mede mais de 58 km. Os seus grandes arcos atravessam o vale de Alcântara, tendo o maior 65 m de altura e 29 m de largura. O melhor panorama obtem-se da avenida de Ceuta, a Norte da ponte rodoviária.
É um local calmo e solitário, onde as mais variadas coisas se poderão realizar...

E pronto, é o final deste passeio. Para sair de onde está, volte a paragem de autocarro de donde saiu, e apanhe o mesmo 701 no sentido Charneca, até Sete Rios,onde tem metro e comboio á disposição.

Sem comentários: